sexta-feira, 31 de julho de 2009

Loucura Pós-Lispector


Quando leio Clarice Lispector, sinto-me como um psicopata em busca da perfeição. Sabe aquele maníaco cabelo assanhado, lápis atrás da orelha, lábios ressecados e olhar cansado que vive tentando dar uma lógica a tudo? Pois é... às vezes me dá vontade de ser perfeito, ou quase isso... Sim, porque exigir perfeição talvez seja um tanto utópico!
A perfeição foi um patamar criado
para não ser alcançado.
O perfeito simplesmente não existe... é como aquela intrigante
linha do horizonte que se afasta proporcionalmente à medida que andamos em sua direção. Mas quer saber? Acho a pefeição um tédio! os defeitos são o charme da obra! A idéia do "poderia ser diferente" desperta as mais diversas opiniões acerca de alguma coisa. Se tudo fosse perfeito teríamos apenas que aceitar, porque o perfeito não admite crítica! E o que é mais engraçado nisso tudo... É que até o perfeito é imperfeito.
A idéia de
perfeição é relativa. O que pode ser ótimo pra mim, pode não ser pra você... mas o perfeito não pode admitir relatividade. Ele é absoluto, mas se é absoluto, como pode ser relativo? Tá vendo aí! esse é o primeiro sintoma da minha loucura pós-Lispector - querer escrafunchar tudo! Como se quisesse provar através de um cálculo gigantesco a certeza de que dois mais dois é quatro.

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